sábado, 28 de dezembro de 2013

O comunismo vai crescer em Portugal



Há uns bons anos durante o meu tempo na Universidade, nas boas conversas que se tinha nos corredores (onde se mais aprendia), estava eu com digníssimo Professor, um daqueles que parece que é mais velho que o próprio tempo, este professor também respeitável maçon do GOL, num dos nossos debates mais uma vez me calou com um argumento, desta feita foi “a História não se repete mas o poder alterna entre os vencedores e os vencidos”.

Nunca mais me esqueci desta frase. Recentemente o filósofo Bernard-Henri Lévy, numa rara aparição e entrevista no nosso canal 2, disse que o fascismo não desapareceu e que estava de volta desta vez na forma do fundamentalismo islâmico.

Os Regimes e os partidos que saíram vencedores da II Guerra Mundial começam agora a mostrar sinais de nervosismo face ao crescimento dos nacionalismos europeus, as próximas eleições europeias vão ser um bom teste a esta nova realidade.

Nós por cá não temos um Nacionalismo que permita incomodar os donos do Regime, apesar de nas últimas autárquicas o PNR ter triplicado o seu número de votos, 3 mil votos não é o suficiente par incomodar ninguém, o apego ao Salazarismo, em meu entender fará com que o PNR, tal como os nacionalistas dos anos 30 do século passado, passem mais uma vez ao lado da História. O Salazarismo não era uma ideologia era um projeto pessoal, mais protecionista e imperialista do que nacionalista, a transposição da doutrina social da Igreja para o Código Civil é quanto baste para demonstrar a sua sujeição a um Estado estrangeiro, neste caso a Santa Sé.

Do outro lado temos um Partido Comunista estruturado e consistente, enquanto por toda a Europa os diferentes PC’s esboroavam depois da queda da União Soviética por cá o nosso PC sobreviveu. Sobreviveu e a partir de certo momento começou a crescer. Nas últimas autárquicas, nas Juntas de Freguesia, ficou na terceira posição, a cerca de 200 mil votos do segundo classificado, o PSD.

Os donos do Regime estão confiantes que o PCP não passe a barreira dos 12%, pode ser que se enganem. Em 2005 o PCP teve 432 mil votos, em 2009 teve 558 mil votos e em 2011 caiu outra vez para os 441 mil. Nas autárquicas os resultados são melhores e mais estáveis mantendo-se nos cerca de 600 mil votantes.

O PSD, partido que disputa o mesmo eleitorado do PCP, entendeu seguir uma deriva anarco-capitalista, afastando assim de cima a baixo o melhor que o PSD tinha, a dolorosa subserviência de Passos Coelho aos interesses do capital estrangeiro foi de mais até para os mais moderados liberais do PSD, que aos poucos se afastaram também.

No PS, o pai fundador anda a promover um diálogo à boa moda da Revolução Russa, versão Menchevique. Também no PS há sinais de preocupação de que o partido tenha uma deriva anarco-capitalista. Basta ver as mensagens de Natal de Passos Coelho e de António Seguro, parecíamos estar a ver uma versão caricatural de Dupont & Dupont.

Uma nota de rodapé para o CDS, a decisão irrevogável de Paulo Portas em querer ser Vice-Primeiro-Ministro, título meramente honorífico, vai-lhe custar muito caro.

Assim chegaremos às próximas legislativas, com Dupont & Dupont e o Milu, à espera de um osso, de um lado, e do outro o Jerónimo, um homem que veio do meio operário e o assume com orgulho, sem nunca ter tido a preocupação de dar um jeito de conseguir uma licenciatura manhosa.

Façam as vossas contas e análises, eu por mim digo se o PCP chegar aos 20% os Donos do Regime borram-se todos.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Partido Social Darwinista

Com Darwin e o seu conceito de selecção natural das espécies nasceu também o conceito de Darwnismo Social, também nas sociedades humanas só os mais fortes sobrevivem, se os mais fracos morrem isso não é mais do que a sociedade em evolução, a eliminar os menos capazes de forma natural.

Assim, se alguém morre de fome a culpa é apenas de quem morre pois não soube garantir uma forma de sobrevivência, os governantes não são responsabilizados, pelo contrário devem ser mentores de uma sociedade que valorize os mais fortes.

Em meados de 1870 a Índia foi fustigada por um fenómeno que hoje conhecemos como o El Niño, a foto acima mostra uma parte dos milhões de indianos que morreram. Na época o Vice-Rei Lorde Lytton estava a organizar a maior festa da história do mundo, um banquete para mais de 60 mil pessoas que durou uma semana, Lorde Lytton nada fez com o argumento de assim estar a interferir com o processo de selecção natural, no final da década 30 milhões de indianos tinham morrido de fome.

Na Grécia já há quem se infecte com o HIV para receber os 700 euros de apoio do Estado Fonte nós por cá não vamos por um caminho diferente, frases como "emigrem" ou "comam menos", o esconder o número de suicídios relacionados com a perda de qualidade de vida, os roubos, os homicídios, uma elite que permanece eternizada no poder, ricos de duplicam a sua riqueza, o poder que come muito bem, não apenas durante uma semana mas todo o ano Fonte, jornalistas já fazem auto-censura e até os bloggers já são "incomodados", são uma boa demonstração de que o que se anda a praticar não é mais do que o darwinismo social.

Quando a "selecção natural" tiver eliminado os socialmente mais fracos a elite governante poderá finalmente dizer que cumpriu os seus objectivos.