quarta-feira, 26 de setembro de 2012

França - "a verdade inconveniente"

A França acorda para a crise europeia financeira com 3 milhões de desempregados.
A taxa de desemprego atinge 10,3 por cento, um novo máximo desde 1999.
A segunda economia da União Europeia acaba de franquear a barreira simbólica, já classificada de “verdade inconveniente”.
Os economistas não escondem o pessimismo. É o caso de Mathieu Plane, economista no Observatório Económico Francês:
“Infelizmente não atingimos o pico da crise, pelo menos do ponto de vista social. Vamos continuar a assistir ao aumento do desemprego. Quando examinamos os números, percebemos que há um grande aumento do desemprego de longa duração. As pessoas ficam mais tempo sem trabalho…há um envelhecimento da procura, com uma deriva para a precariedade e para a pobreza.”
Palavras que assustam num país que sempre deu prioridade ao bem-estar social. Mas os sinais são visíveis: os bastiões da indústria francesa atravessam dificuldades sem precedentes.
O principal problema é a falta de competitividade, que gera e perpetua o desemprego. A desindustrialização avança a toda a velocidade. Nos últimos quatro anos, um milhão de franceses ficaram sem emprego ou passaram a desempregadas de longa duração.
Os expedientes de regulação do emprego multiplicam-se. Na realidade, os três milhões de desempregados podem ser 4,45 milhões, devido aos que exerceram atividades reduzidas e pontuais.
Para os desempregados, a tragédia não se limita à perda do emprego e de poder aquisitivo. O estigma social está na origem de muitas situações ambíguas:
“Eu, por exemplo, faço batota, porque afirmo que exerci a última profissão e não me assumo desempregado. Sinto vergonha por estar no desemprego”.
A pergunta omnipresente é que tipo de medidas o governo de Hollande vai acionar para cumprir a promessa de aumento de postos de trabalho.
A França não acompanhou a evolução alemã em termos de reformas sociais, principalmente nesta última década.
Mas há terreno para desbravar, nesse sentido, nomeadamente no setor da indústria de luxo, de turismo e de bens não deslocalizáveis.
Entre as ideias defendidas até agora, o governo francês pondera aumentar as ajudas ao emprego e criar de dispositivos que dificultem as demissões nas empresas que tenham lucro.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Menina paquistanesa com síndrome de Down que queimou o Alcorão em liberdade condicional

O advogado de defesa teve de sair com escolta policial 

Foi libertada sob fiança, esta sexta-feira, a menina paquistanesa que foi presa por, supostamente, ter queimado folhas do Corão. A menina, com cerca de 14 anos e síndrome de Down, tinha sido presa há três semanas, mas um tribunal de Islamabad deixou-a sair da prisão em liberdade condicional. 

Rimsha Masih é cristã e foi presa depois de um imã, Khalid Chishti, garantir que tinha cometido blasfémia ao queimar páginas do livro sagrado dos muçulmanos. No Paquistão, este crime é passível de ser punido com prisão perpétua.
A menina esteve presa cerca de três semanas, mas, na segunda-feira passada, o tribunal teve uma audiência para analisar o pedido de liberdade condicional para a criança.
Agora, Rimsha Masih saiu em liberdade e, segundo um assessor do Ministério para a Harmonia Nacional, Robinson Asghar, a menina vai juntar-se à sua família num lugar desconhecido para a manter em segurança.
O caso gerou revolta no país e no mundo. Membros da comunidade muçulmana chegaram mesmo a pedir uma sentença para a menina.
Paul Bhatti, ministro paquistanês da Harmonia Nacional, disse à agência Reuters que a "justiça prevaleceu", mas adiantou que não há planos de enviar a criança para fora do país.
O caso teve uma reviravolta depois de o imã que a acusou do crime de blasfémia ser detido no passado dia 2 de setembro. Uma testemunha garantiu ao tribunal que Khalid Chishti falsificou as provas que incriminam Rimsha Masih.
No entanto, no subúrbio de Islamabad de onde Rimsha Masih é proveniente, algumas pessoas não aceitam a liberdade da criança. "Isto está errado. Ela queimou o Corão", afirma Ijaz Sarwar . Para Saddam Hussein, de 18 anos, "se ela foi libertada, o imã também deveria ser solto".

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Canadá encerra embaixada no Irão

Uma situação a acompanhar de perto.

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